Comunicação: As aventuras imprevistas na rádio


Bom dia, sócios! O programa Supermanhã da RCP Bairrada Primeiro está de parabéns... Na sexta-feira, 23 de março, comemorou os seus 5 anos de emissão. Eu estou na equipa desde Janeiro de 2017 e tem sido um ano e qualquer coisa muito desafiante... Ter uma rúbrica semanal sobre gestão e empreendedorismo, com a vastidão de subtemas que o tema proporciona, provoca-me uma montanha russa de emoções: lembro-me bem da enorme surpresa, seguida de alguns sentimentos de euforia que proporcionou o momento do convite, pois nunca me tinha visto como alguém da área da comunicação radiofónica (e ainda não me vejo), até ao stress sentido que, em semanas profissionalmente intensas (que têm sido muitas), os prazos da entrega da reflexão me oferecem. Este stress é compensado sempre que chega a mensagem da Vera com a rúbrica da semana, em que sinto um momento de felicidade pela possibilidade de partilhar algumas experiências pessoais, conhecimentos sobre os temas ou exemplos que conheço e que são sempre interessantes para mostrar a realidade positiva que existe nesta região. Este momento deixa-me simultaneamente vaidoso e irado por sentir vaidade, sentimento que sempre reprimi por não o considerar o mais nobre deles.


Fico igualmente satisfeito quando me enviam mensagens a dizer que gostaram de uma determinada rúbrica e querem saber mais sobre esse tema. Quando estas mensagens ou telefonemas são da minha família, tranquilo... Iriam dizer isso, mesmo que a rúbrica não corresse tão bem. Quando é de pessoas fora do meu círculo mais intimo, aparecem os momentos mais difíceis de gerir, não só pelo sentimento de vaidade atrás referido, como pelo facto de ter alguma dificuldade em lidar com o elogio... mas tenho feito grandes progressos nesta área! Lembro-me que, na minha primeira rúbrica, o Miguel Midões, grande jornalista da TSF e amigo pessoal, enviou-me a mensagem a dar os parabéns e a dar duas dicas para aspetos que estavam aquém de um bom comunicador da rádio. E esse facto deixou-me imensamente satisfeito. Um grande vulto da radio a dar-me feedback! Que maravilha!

Apesar de sempre ter encarado a exposição de frente, sempre fui mais introvertido do que extrovertido - mesmo que não pareça para algumas pessoas - e toda a minha carreira profissional tem sido muito baseada em falar em público e falar com pessoas, o que é um desafio acrescido a esta introversão nata. Para acrescentar às obrigações profissionais, como sou bastante empenhado e me dedico muito a cada assunto que tenho que apresentar, têm-me convidado para realizar palestras motivacionais para empresas, ou formações na área comportamental, o que aumenta a minha necessidade de falar em público e de saber como comunicar a mensagem pretendida. No entanto, falar em público, encarando o público, por estranho que possa parecer, é muito mais fácil do que falar na rádio não se sabe para quem, nem a reação que decorre de cada reflexão.

Por tudo o que atrás foi descrito, o balanço é claramente positivo e este desafio tem-me permitido desenvolver competências diferentes na área da comunicação, não só por algumas saírem como pretendia, mas acima de tudo porque, muitas não resultam como eu pretendia... Há dias em que a voz está mais embargada, outros em que está rouca, já sei que se gravar à tarde a voz é, tendencialmente, mais límpida do que se gravar de manhã e sei também que quando estou sobre stress, posso ter um ritmo muito acelerado, o que vai contra o meu "estilo" natural. Enfim, uma aprendizagem constante e uma possibilidade de trabalhar o autoconhecimento de uma perspetiva completamente diferente.

Tudo começou por acaso; em Dezembro de 2016, fui beber um copo de Natal com o meu amigo e influenciador nato do facebook (FB), o Pedro Costa, aos "Amigos d'Alex" o Botequim de Bebidas e Petiscos na Mealhada, do sempre sorridente João Soares... Gosto de conversar com o Pedro Costa, apesar das oportunidades não serem muitas. Felizmente, ele conversa muito comigo no FB, apesar de não o saber, mas escreve muitas mensagens que nos orientam para reflexões internas de temas variados e que fazia igualmente às reflexões das 10 para as 10, num dos dias da semana, que era um regalo ouvir, pelo rocambolesco ou surpresa das histórias que contava, muitas relacionadas com o quotidiano visto de uma perspetiva especial e não alcançável para o comum dos mortais (pelo menos para mim), numa primeira abordagem. Nesse dia, estava o João Paulo Teles, o mentor do programa Supermanhãs, na RCP, uma rádio presente em toda a região bairradina na mesa do Pedro. Sentei-me e começamos a conversa que, naturalmente não me lembro por que caminhos andou, até que o Pedro afirmou que eu seria ótimo para uma reflexão sobre os temas de gestão. Eu ri-me e achei a ideia despropositada... E achava que o João Paulo se iria rir também e as coisas ficariam por ali, cada um seguiria a sua vida e, em Dezembro de 2017, lá nos encontraríamos para mais um brinde ao Natal. Curiosamente, o João Paulo aproveitou aquele gancho na conversa e reiterou o desafio... Eu colaborava com um programa na RUC (Radio Universidade de Coimbra) sobre gestão, mas com um modelo muito mais confortável... Havia um pivot, o Diogo, e eu e o meu amigo André Coelho, ambos com experiência neste mundo empresarial, eu com mais conhecimentos na área dos modelos de gestão, o André com uma competência comercial de excelência, respondíamos aos desafios do Diogo. Assim, era uma conversa agradável sobre os desafios que o Diogo lançava e nós tínhamos a nossa conversa, normalmente civilizada, no estúdio da RUC, mas que poderia ser num café qualquer a beber um copo e a confraternizar. Era simples, e a responsabilidade estava noutra pessoa. (Experiências na Radio)

É diferente chegar e falar, ou ter toda uma preparação para um tema, como o João Paulo me falou. Aliás, ele não me falou da responsabilidade, disse-me apenas que o espaço seria meu... Eu é que senti toda essa responsabilidade. Resumindo, não foi necessário dar ali a resposta, e apesar de ter dito naquela mesa que não sabia, eu já fui a pensar nos temas dos primeiros programas e como poderia operacionalizar as minhas ideias, ou seja, sem o ter dito, já me tinha dado as respostas. Tenho alguma dificuldade em dizer não aos desafios, e sempre que acontece, é um esforço enorme. Assim, passado este ano e 3 meses, cá estou com as rúbricas semanais, com a vantagem de me obrigar a preparar, ler, espremer, e tirar o sumo dos temas sobre os quais quero refletir.

Um desafio que me faz ter maior respeito por todos aqueles que, de forma gratuita, voluntária e altruísta, gostam de partilhar os seus conhecimentos comigo ou com todos os que o querem ouvir. Na Radio, no Youtube, em qualquer rede social...

Grato a todos os intervenientes deste caminho. Enquanto eu tiver condições e vocês tiverem paciência, cá estamos, juntos nesta caminhada!

Sorte e saúde e até breve!

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